sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Surrealista

Há dias, decidi fazer um programa cultural com minha filha*, fomos ao Museu Berardo, nunca antes tinha ido com ela a um museu, só daqueles com exposições infantis, diverti-me com os seus comentários aos surrealistas, tão imediatos, ainda que achasse estranha aquela realidade, nem hesitava e, olha, eu, calava-me, não tinha nada melhor para dizer. Combinámos que escolhiamos os quadros e cada uma contava uma história, ela escolheu, primeiro, a casa fantasmagórica do Angel Planells, sentámo-nos e diz ela [decidi escrever, foi tão rápida, olhos de crianças ] "É uma parede estragada e tem uma porta e lá dentro coisas mágicas, o sino abana sozinho, e bichos estranhos, uma minhoca ou uma aranha estranha. E está ali uma monstro-homem, tem as mãos muito esticadas, parece um esqueleto. E aquela mulher despida, não gosto. A pedra do chão salta sozinha. Só aquele vaso é que não é estranho, tem um pão a voar". Não reparou, nem estranhou a paisagem linda, demasiado azul celeste no meio de tanta coisa estranha. Ao longo da exposição, percebi, quando viu o telefone afrodisíaco do Dali, que ela só conhece telefones de teclas..., notei que lhe faz confusão as mulheres nuas, lixou-se um bocado para a pop art e depois fartou-se... fomos almoçar ao Jardim das Oliveiras...

*5 anos

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