quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Desconcerto

Saiu para jantar, depois de um dia de sossego, entre a cama e o sofá, cheio de tempo para tudo e para nada, antes de fechar a porta agarrou no Délices, estava pronta, sentia-se no seu pedestal, era o que tinha e gostava, esperavam-na e antecipava a diversão e o desprendimento da noite, que lhe sabia sempre tão bem, a música, o embalar do corpo, o calor, o prazer de se sentir, muito, o que lhe apetecesse, sabia, ainda não tinha fechado a porta, que talvez lhe apetecesse acordar mais uma vez, no dia seguinte, inebriada, mas sabe, ainda nem fechou a porta, que, desta vez, irá abrir os olhos em câmara lenta depois de um sono apaziguador, sem desconcertos, fechou a porta e deixou dentro de casa os seus instintos, bem guardados para desconcertar mais tarde...

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