terça-feira, 6 de novembro de 2007

Gaivota

Os lábios, depois a língua, as mãos também, uma de cada lado, como uma moldura, apertam os beijos, já não fogem, tudo parou, os olhos também, só o corpo dança uma música atrás da outra, sem se cansar, despreocupado, conhece de cor todas as notas, até parece cantar, canta, vê-se, não se engana, nunca, improvisa, experimenta, treme mas não hesita, treme de prazer, só, e não pára, não quer, não pode, tem tempo, está quente, molhado aquele corpo, mas nunca se cansa, são os dedos entrelaçados que se apertam com tanta força que lhe mostram que tem que parar... foi uma gaivota, acho, que viu e contou-me...

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