quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Sou
Ao contrário do que dizemos aos outros, somos, pelo menos eu sou, as melhores pessoas para falar de nós próprios, sobretudo, se conseguirmos dizer o que pensamos e, claro está, se pensarmos, não seremos absolutamente objectivos, mas os que nos conhecem bem também não, por isso, vou tentar despir-me, dificilmente ficarei nua, mesmo perante uma tela negra, agora amarela, mas vou tentar, misturando defeitos e qualidades, conceitos vagos e subjectivos, vou tentar escrever o que sou e o que não sou, cá vai, começando por aquilo que sou, tenho a mania que me conheço, pelo menos esforço-me, sou uma carga de trabalhos, teimosa e determinada, caprichosa e sensível, impaciente e exigente, emocional, precipitada, egoísta... [pausa]... impossível continuar, afinal, iria despejar, muito provavelmente, todas as características que cabem em qualquer ser humano e não escreveria nada do que sou, muito menos do que não sou, tal como na culinária, uma receita só resulta se respeitarmos a quantidade de cada ingrediente e depois misturarmos tudo bem misturadinho, eu tenho uma ideia da minha teimosia e também sei, mais capricho, menos capricho, que sou muito emocional, mas também é verdade que consigo engolir palavras desejosas de escapar, enfim, fico-me por aqui, resumindo, sou uma carga de trabalhos em permanente desconcerto, também sei o que não sou, mas pela mesma ordem de razões, não vale a pena, resumindo, não sou pessoa para rasgar e muito menos para esquecer, e com tanta imodéstia o melhor mesmo é ir ler o meu livro e tentar tornar-me melhor
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3 comentários:
"sou uma carga de trabalhos em permanente desconcerto"
gostei disto. diz-me tanto...
então vou ler mais alguns destes posts, para perceber se é mesmo assim...
Bastam dois ou três...
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