quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Amiga

Hoje ligou-me a minha amiga C. que já não vejo para aí há uns bons dez anos, são só 300 quilómetros a separar-nos, mas a fdp da vida dá nestas coisas, fiquei tão feliz, senti logo saudades, falámos das nossas vidas, do que mudou, reconhecemos as nossas vozes, estão iguais, dissemos quase em uníssono, recordámos dias e noites em Alfama, a ida para o jornal, tarde e más horas, depois de noites agitadas, o rasto de perfume por entre os becos onde as peixeiras faziam pela vida, os jantares de banana com chèvre acompanhada com vinho, o meu bate-cú nos degraus de meio metro cada quando decidi ir buscar um saca-rolhas à vizinha de baixo, meias e madeira não são particularmente aderentes, a C. tem fotos de há 16, ou 17 anos, de nós no nosso quarto de Alfama, acho que ainda lá consigo ir dar, de nós, mais tarde, já na minha casa do lindo palacete da José Dias Coelho, de tantos momentos gostosos e de tanta amizade, apeteceu-nos atalhar caminho e esquecer a auto-estrada, mas não podia ser, mas já temos data, que bom que a C. ligou e interrompeu o meu estado de exaustão, o corpo já nem reage ao despertador, coisa rara, hoje nem dei pelo chinfrim, algo me diz que estou a precisar de dormir e muito

1 comentário:

S. disse...

são esses amigos os únicos que valem a pena, os que não se afastam da memória apesar dos por vezes intransponíveis kilómetros de A1 ou A2...
bom descanso neste fds cinzento!