segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Imagens

O carro segue numa auto-estrada sem fim e o tempo chega para ver a vida de trás para a frente, como quando, a meio da noite, os olhos se abrem sem avisar e o filme começa no meio do escuro, sem pausas, umas horas de desamparo, onde o tudo e o nada se encontram, entre reticências, para pouco, para muito pouco, e as imagens vão passando, misturam-se num nevoeiro denso, já não se vê nada, nem a vida, nem o filme, já só resta encostar à berma ou cerrar os olhos, enxotar a memória e esperar pela claridade, são só umas nuvens, mas de pouco vale soprar, mais vale descansar, repousar e só voltar a abrir os olhos quando o filme acabar, seguir viagem, acelerar sempre na mesma estrada, atento às saídas e ao tempo para sair

1 comentário:

S. disse...

Todas as estradas têm estes momentos...o importante é chegar à saída que desejamos.