sábado, 11 de agosto de 2007

Férias I

Ainda a consigo ouvir, saiu agora, vão de férias, uma semana, e não consigo evitar as lágrimas. Vou sentir a sua falta, não é a primeira (as rodas descem o passeio) que fico sem ela, mas desta vez é diferente (já não ouço o motor). Adeus mamã, repetiu vezes sem conta à porta do elevador, segurou no sensor para me poder mandar tantos beijinhos à princesa, que aprendeu há dias, e eu apertei, segurei tudo e mantive o sorriso mais rasgado e natural que só uma mãe sabe fazer, sobretudo, quando tem que ser. Quando lhe contámos que os pais iam viver em casas separadas, a sua primeira reacção foi de contentamento, tudo iria ser como com a sua amiga Rebeca, teria duas casas e dois quartos, mas depois, chegou ao pé de mim e com a carinha tristinha disse-me "Mamã, tenho uma preocupação, o papá vai dormir sozinho e eu não quero", e começou a chorar, "Não quero que vocês deixem de ser namorados!", "Já sei, já sei que fica tudo igual, já me disseste, mas eu não consigo não ficar preocupada". Enfim, por mais que tente tranquilizá-la, não vou conseguir porque ela já sentiu que o elo mais fraco é o pai e é isso que a preocupa. Que amor, que bom é ter a minha filha. Quando tudo parece correr mal, há sempre uma luz que me guia.

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