quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Turbilhão

A minha cabeça passou a viajar e o esforço que fazia para regressar à terra era enorme. Não queria estar ali, mas também não conseguia perceber muito bem para onde poderia ir, nem porquê. Faria sentido deixar uma vida normal, mas boa, que metade das mulheres invejaria, por uma vida incerta e solitária? Não sabia. Só sabia que estava vulnerável e disponível e muito, para sentir. Por uma vez, este meu estado só não se revelou um sarilho porque à última da hora o bom-senso, esse meu amigo que afinal não me abandonou, imperou. Dessa vez, fiquei sem qualquer réstea de dúvida. Continuaria a montar esquemas e esquemazinhos que me levassem a pisar o risco. Tudo é tão mais fácil depois de o pisar pela primeira vez. Pressenti que se fosse por esse caminho, só iria arranjar mais ar para encher o buraco cada vez maior.

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