quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Palavras

Não me entendas mal, sabes que nunca vais ter que te preocupar comigo, o meu coração pode estar partido mas continua o seu caminho, só não consigo esquecer, acho que nunca serei capaz, sei que não há nada que eu possa fazer, de que nada servem as minhas palavras, mas não consigo, tenta entender, não me entendas mal, nunca terás que te preocupar comigo, mas há dias em que as palavras não se aguentam e teimam em sair de dentro de mim, há dias em que conseguem ser mais fortes que eu, imagina, desde aquele dia, nem sei qual, detesto datas, que esmago palavras, com toda a minha força, que as encolho e despejo para écrans negros, só para não tas dar, porque sei que não as queres, que não te fazem falta, mas há momentos em que já não consigo, quando me lembro de palavras que me deste, fico tão cansada das minhas, que me fazem de nó na garganta, parecem nunca mais acabar, acho que nunca vão acabar, e os meus dedos só ouvem as palavras e eu não consigo, eu tento, mas não sou capaz, tenta entender-me, eu sei que não te desvio, só não sou capaz, dias, e as palavras, as malditas das palavras, que não acabam, que não fogem de mim, acho que nunca vão fugir, e eu que queria tanto acabar com elas, não conseguiria matá-las, mas se pudesse adormecê-las já não seria mau, chego a pensar que se tas for dando, elas acabam por acabar, aos poucos, não sei, vou fazendo o que posso, tenta entender-me, por favor, reconhece o meu esforço, faz o que tens a fazer, nunca te esqueças que não te vais ter que preocupar comigo, nunca, mesmo de coração partido, vou olhar-te nos olhos todos os dias, sempre que for preciso, sempre, e tu vais ver que não encontrarás palavras, nem uma, vais pensar que as palavras acabaram, que acabaram por morrer, mas preciso tanto, se conseguisses imaginar, sei que farias exactamente o que deves fazer, mas também me pesa tanto guardar tudo, chego a perder as forças, dias,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,

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